Seu Florduardo + bolo amanteigado de rum

Desci as escadas correndo, bolsa em uma mão, chave na outra, celular equilibrado entre o ombro e o ouvido. Entrei rápido no táxi, dizendo apenas um “oi, tudo bom, estou indo para o lugar tal”. Falava com meu pai ao telefone, tentando certificar-me de que ele estava bem, já que sua voz não parecia muito boa. Quando desliguei e respirei fundo, vi os olhos do taxista pelo retrovisor, ensaiando como me dizer algo.

- Você me lembra a minha filha. Ela fala parecido com você quando me liga. Sempre pergunta “pai, tá tudo bem? Por que você está com essa vozinha?”.  E eu sempre respondo “não é nada, filha. É que as vezes quando a gente fica sem conversar durante  muito tempo a voz parece que some”.

Enquanto fazia uma curva, ele virou-se pra mim com um sorrisinho.

- Não é assim que funciona mesmo? Quando a gente fica muito tempo sem falar, parece que a garganta agarra.

E eu fiquei ali matutando sobre o que ele tinha dito; talvez se referia à sensação física de estar rouco, mas tenho para mim que poderia ser mais que isso. Talvez ele fosse amigo demais do silêncio mesmo.

Fui dando trela à conversa, falei sobre pais e filhos e como as relações são parecidas. Perguntei mais sobre a sua filha, quantos anos tinha, se ele tinha outros filhos, há quanto tempo era taxista. Ele pulou a pergunta dos filhos.

- Sou aposentado e uso o táxi durante algumas horas do dia por conselho médico, depois de ter ficado muito deprimido com a morte da minha mulher. Foi em 2007. Eu trabalho aqui em BH, só que moro em Lagoa Santa. Tenho um sitiozinho lá, com pato, porco, essas coisas.

Perguntei, sei lá porque, se tinha galinha d’ángola. Ele disse que tinha uma só e era muito estressadinha. Achei graça da ideia. Iimaginei a tal galinha andando nervosa pelo quintal, xingando as minhocas.

Antes de sair do táxi, comentei que ele tinha um nome muito interessante: Florduardo.

- Foi meu pai quem me deu, em homenagem ao Guimãraes Rosa. Esse era o nome do pai dele. Eu sou de Cordisburdo, a terra do Guimarães. É um nome comum por lá.

Ele me deu uma explicação tão “técnica” que parecia que já tinha repetido-a mil vezes. Eu quis saber se ele realmente gostava do nome.

- É claro que eu gosto. As duas pessoas que mais me amam no mundo escolherem esse nome para mim. Por que eu não gostaria dele?

***
Bolo amanteigado de rum
Sabe uma coisa simples e surpreendente, assim como o seu Florduardo? É o caso desse bolo. Você não dá nada por ele até que morde o primeiro pedaço. Macio e com partes úmidas de rum, ele tem sabor de café da tarde com um “twist”.

Inspirado daqui

Ingredientes

Bolo:
- 3 xícaras de chá de farinha de trigo
- ¼ colher  de chá de bicarbonato de sódio
- ½ colher de chá de sal
- ¾ colher de chá de noz-moscada ralada na hora
- 1 xícara de chá de manteiga sem sal, amolecida
- 2 ¼ xícaras de açúcar cristal, de preferência orgânico
- 4 ovos grandes
- 2 colheres de chá de extrato de baunilha
- 1 xícara de buttermilk*
- 3 colheres de sopa de rum escuro

Calda:
- ¼ xícara de manteiga sem sal
- ¼ xícara + 2 colheres de sopa de açúcar cristal
- ¼ xícara de rum escuro
- ¾ colher chá de extrato de baunilha

Como faz

1. Pré-aqueça o forno a 180°C. Unte com manteiga e enfarinhe uma forma com furo no meio de 25cm de diâmetro. Se a sua forma for menor do que isso, prepare-se para sobrar um pouco de massa (que pode virar cupcakes ou um bolinho menor).

2. Em uma tigela média, peneire a farinha, o bicarbonato, o sal e a noz-moscada. Reserve.

3. Na tigela da batedeira, em velocidade média, bata a manteiga por cerca de 4 minutos. Junte o açúcar aos poucos, em três adições, batendo por um minuto a cada vez.

4. Junte os ovos, um a um, batendo também por cerca de um minuto após cada adição. Lembre-se de ir raspando as bordas da tigela de vez em quando.  Acrescente a baunilha.

5. Em velocidade baixa, acrescente a mistura de farinha em três adições, alternando com o buttermilk em duas adições (comece e termine com os ingredientes secos). Novamente raspe as laterais da tigela.

6. Junte o rum e bata por 30 segundos.

7. Transfira a massa para a forma preparada e alise a superfície. Asse por 55 minutos ou até que o bolo cresça e doure (faça o teste do palito). Deixe o bolo esfriar dentro da forma enquanto prepara a calda.

8. Para a calda, coloque a manteiga, o açúcar e o rum em uma panelinha – não use panela de alumínio, cobre ou ferro – e leve ao fogo baixo, mexendo. Deixe ferver por cerca de 2 minutos, desligue o fogo e junte a baunilha.

9. Fure então todo o bolo, ainda dentro da forma, com um palito grande (que tenha a altura do bolo para poder umedecer todo ele) ou uma faquinha. Entorne a calda, bem devagar, dando tempo para que ela seja absorvida pelo bolo. Deixe o bolo esfriar e, para ajudar na hora de desenformar, passe uma faquinha nas laterais, bata um pouco a forma numa superfície lisa, para que o fundo se solte, e desenforme no prato que irá servir.

* Para fazer uma xícara de buttermilk, é preciso colocar 1colher de sopa (15 ml) de vinagre ou suco de limão na xícara, completar com leite e deixar descansar por 10 minutos.

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Conversa de sacolão (e um hummus de manjericão)

Na banca de verduras, uma moça veio compartilhar sua indignação comigo.

- Credo, essas folhas estão feias demais. Antigamente tinha um verde tão vivo, agora fica essa coisa meio amarronzada, cor de meleca.

Tentando escolher alguns molhos de ervas e achando graça/nojinho da tal “cor de meleca”, respondi:
- Pois é, essas de hoje não estão boas, não.

E ela continuou:
- Pena que esse é o único sacolão aqui perto, senão eu comprava em outro.
- Vai ver é a safra, quem sabe na próxima elas estarão melhores.
- Engraçado que eu venho sempre aqui e nunca te vi. Você trabalha em qual casa?

Custei a entender a pergunta. Até que me bateu. A moça achou que eu era empregada doméstica. Porque naquele sacolão de um bairro rico de BH, são só elas quem fazem as compras…

***

Hummus de manjericão
Usando a erva para dar um sabor diferente à famosa pasta de grão de bico, esse hummus se torna perfumado e marcante. Ótimo para servir no pão, mas se for diluído em um pouco de água, também vira um bom molho para acompanhar carnes ou saladas. Com frango é uma delícia!

Receita levemente adaptada daqui, que a Flávia Pantoja também fez.

Ingredientes

- 300 gramas de grão de bico cru ou (2 potes de grãos de bico em conserva, de 400 gramas cada, escorridos)
- 3 xícaras de chá de folhas de manjericão fresco
- ½ xícara de chá de azeite extra-virgem
- 100 gramas de castanha de caju
- Suco de dois limões
- 3 dentes de alho picados
- Sal e molho de pimenta (eu usei Tabasco)

Como faz

1. Para cozinhar o grão-de-bico, eu uso a panela de pressão: coloque o grão-de-bico na panela e cubra com água (deixe uns três dedos acima dos grãos). Tampe a panela, coloque em fogo alto e assim que apitar, diminua o fogo. Vá checando de 10 em 10 minutos. Ele está cozido quando começa a soltar a casquinha, cerca de 30 a 40 minutos depois (eu gosto de tirar essa casquinha depois de frio, pois dizem que é indigesta). Escorra o grão-de-bico e espere esfriar para usar.

2. Pré-aqueça o forno a 180 graus. Espalhe as castanhas em uma assadeira e leve ao forno por uns 10 minutos, até que estejam um pouco douradas. Pique e reserve.

3. No processador, com a peça de lâmina, coloque o grão-de-bico, o manjericão, as castanhas, o alho e o suco de limão e processe até formar uma pasta bem lisa. Aqui levou uns 10 minutos e precisei ir desligando a máquina quando ela esquentava. Se o hummus estiver muito grosso, pingue um pouco de água aos poucos, com o processador ligado, até que chegue numa boa conscistência.

4. Nesse ponto, tempere com sal e algumas gotas do molho de pimenta.  Misture, prove para acertar o tempero e tranfira para potinhos de servir.

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A batalha das cebolas e o melhor patê que já comi

Cena que eu amo do filme "Julie & Julia", em que Julia Child treina como cortar cebolas para suas aulas de gastronomia

Tem movimento mais repetido na cozinha do que o ato de cortar cebola?

Já imaginou o Alex Atala chorando quando corta cebola? De olhos vermelhos, fungando e deixando cair aquela lagrimazinha na bochecha? Bom, ou ele tem uma técnica revolucionária ou então ele chora sim, porque vou contar: já tentei todos os truques e, ainda que ajudem, eles não eliminam completamente o desconforto de picar esse vegetal.

Não me entendam mal, eu respeito muito as cebolas. Durante algum tempo evitei aprofundar nossa relação, mas hoje encaro a batalha de frente. Sim, ainda é uma batalha: o sucesso depende da eficiência da arma, porque faca ruim dificulta o serviço. E também da técnica e experiência do soldado, já que há jeitos certos de executar a ação e a prática facilita tudo.

Quando me avista da tábua de corte, a cebola está preparada para revidar. Aposta que a melhor defesa é o ataque e, assim que eu vou para cima dela e corto suas células, ela revida com uma arma secreta – substâncias malignas que, em contato com o ar, se transformam em um gás que irrita os olhos. Esses, por suas vez, entram na briga e reagem, produzindo lágrimas para limpar o globo ocular.

Eu sei que existem várias dicas de como não chorar durante o processo. Cortar embaixo de água corrente, usar óculos de sol, picar com a boca cheia de água, ligar um ventilador na direção contrária da cebola, enfim. Nenhuma delas funciona 100% comigo. Às vezes não tem jeito e, na hora de fazer um refogado, é preciso se armar mesmo e ir para a guerra.

E se você está pensando se eu já cortei cebola e aproveitei a desculpa para chorar de verdade, isso só aconteceu uma vez.

Ok, duas.

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Patê assado de cebolas.
Essa receita é uma das formas mais deliciosas de usar cebolas. O patê é simples de ser feito e ótimo para ser comido com torradinhas ou no sanduíche. Se sobrar (o que eu duvido), esquente no microondas e ele voltará a ter a mesma textura.

Levemente adaptado daqui.

Rende duas xícaras.

Ingredientes

- 150 gramas de cream cheese bem amolecido (eu coloquei  no microoondas por alguns segundos)
- 1 caixinha de creme de leite
- 1 xícara (100 gramas) de parmesão fesco ralado
- 1 cebola grande (eu usei cebola roxa, mas pode ser a branca)
- 1 colher de sopa de pimenta do reino moída na hora
- Sal e noz-moscada à gosto

Como faz

1. Pré-aqueça o forno a 180 graus.

2. No processador, com a peça de lâmina, processe bem as cebolas. Se não tiver processador, pique-as à mão mesmo. Eu prefiro não morder pedacinhos de cebola no patê, por isso prefiro processá-las, mas faça da forma que gostar mais.

3. Numa tigela, coloque a cebola, o cream cheese amolecido, o creme de leite e os temperos. Misture bem até que fique um creme bem homogênio e prove para acertar o sal.

4. Distribua a mistura em ramequins ou em outro recipiente que possa ir ao forno e asse por cerca de 30 minutos, até que se forme uma crosta bem dourada por cima. Sirva quente.

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Aniversários e um brigadeiro classudo

Minha mãe sempre fez do meu aniversário o melhor dia do ano. Eu sempre tinha uma festa muito legal, com temas diferentes e docinhos lindos feitos por minhas tias, e a melhor parte de tudo era me preparar para o dia. Eu saía de casa para que as pessoas pudessem arrumá-la sem que eu ficasse atazanando pelos cantos. Fazia papelote no cabelo. Passava batom. E quando finalmente chegava em casa e via tudo decorado, sentia uma felicidade sem tamanho. A festa, na verdade, era minha e do meu irmão, já que fazemos aniversário em datas bem próximas. Era o meu dia e o dele também. E era bom demais.

2 anos - Tema: Moranguinho (meu irmão já estava participando na barriga da minha mãe)

3 anos - Tema: Circo

4 anos - Tema: Fundo do mar

5 anos – Tema: Primavera (reparem no meu tio enfiando um balão na cara do meu irmão para que ele não soprasse a vela antes que fosse acesa)

Conforme fui ficando mais velha, naturalmente as festinhas mudaram de tom. Mas o que mudou mesmo foi a percepção de que não existe isso de que o aniversário é um dia mágico, só seu, onde tudo tem que dar certo. Essa visão egocêntrica esconde o fato de que o dia pode até ser muito importante para você e um número limitado de pessoas, mas isso não impede que o mundo continue rodando e que coisas chatas aconteçam. Você pode acordar com o maior mau humor do planeta, ou resolver brigar com seu namorado ou, sei lá, bater o carro algumas horas antes da festa (história real).

Engana-se quem pensa que essa percepção me fez gostar menos da data. Pelo contrário. Passei a curtir ainda mais, justamente porque tirei dos meus ombros essa “obrigação” de que precisa ser um dia especial. Vivo o meu dia comum e uso-o como desculpa para fazer coisas que me trazem uma imensa alegria – como comer brigadeiro.

(Quero aproveitar para oferecer essa receita para outro aniversariante: o blog Pecado da Gula,  da querida Akemi, que está fazendo 6 anos! Parabéns!)

***

Brigadeiro Classudo
Eu sou radical com brigadeiros, como já falei aqui. Essas versões de “capim limão” e “damasco” para mim deveriam chamar outra coisa. Abro uma exceção para essa variação “phyna”, que consegue deixar o sabor do chocolate bem acentuado. Afinal de contas, é o gosto do chocolate que importa em um bom brigadeiro. 

Inspirado aqui.

Ingredientes

- 1 lata de leite condensado
- 1 colher de sopa de manteiga sel sal
-  1/3 de xícara de cacau em pó
-  1/3 de xícara de um bom chocolate meio-amargo (procure os que indicam que possuem 60% ou mais de cacau. Eu usei um da Lindt de 62%)
- 2 colheres de sopa de creme de leite em lata, sem o soro
- ¼ de colher de chá de sal
- 1 colher de chá de baunilha

Para cobrir:
- 100 gramas de chocolate ao leite ralado

Como faz

1. Para ajudar na hora de saber o ponto do brigadeiro, coloque um pires vazio no freezer.

2. Com exceção da baunilha, junte os ingrediente numa panela de fundo grosso e leve ao fogo alto. Assim que estiver tudo homogênio, abaixe o fogo.

3. Continue mexendo constantemente. Use uma espátula de silicone ir raspando as laterais e evitar que o brigadeiro forme aquela crostinha, o que pode deixá-lo açucarado. Alternadamente, utilize também um batedor de arames para mexer o creme, evitando que forme grumos e deixando o brigadeiro bem liso.

4. O brigadeiro irá ferver e pouco depois começará a aparecer o fundo da panela. Nesse momento, conte mais dois minutos mexendo sempre e desligue o fogo.

5. Tire o pires do freezer e coloque uma pequena porção do doce. Volte com ele para o freezer e espere cerca de 1 minuto, até esfriar. Nesse momento, teste o ponto, observando se a massa está firme o suficiente para enrolar. Se não estiver, devolva o pires para o freezer, reacenda o fogo e mexa o brigadeiro por mais uns 2 minutos, repetindo o teste do ponto depois desse tempo.

6. Ao chegar no ponto, acrescente a baunilha e despeje em um recipiente untado com manteiga.

7. Espere esfriar, enrole e passe no chocolate ao leite ralado. Para enrolar, eu umedeço minhas mãos com água. A maioria das pessoas passam manteiga na mão, mas eu acho que com a água a “lambança” é menor.

 

Dicas para o brigadeiro não açúcarar!

- Mantenha o fogo sempre baixo e não deixe que se forme a casquinha nas laterais da panela. Mas se isso acontecer, não raspe-a.
- Não cozinhe demais o brigadeiro. Assim que começar a desgrudar da panela, espere os 2 minutos e faça o teste do pires. Mesmo se o ponto não estiver bom, continue observando de minuto em minuto.
- Se você decidir não enrolar o brigadeiro no dia (eu sempre prefiro fazer com um dia de antecedência), guarde-o na geladeira em um pote fechado.

(Um agradecimento especial à Lena Gasparetto e à minha querida tia Sílvia, que me ensinaram a fazer um brigadeiro perfeito!)

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Ano 27

79.600.500.570 pessoas depois, eu cheguei.

E antes de mim, no mesmo dia, nasceram vários datilógrafos, pintores, jogadores de xadrez, comedores de sushi e amantes de chocolate. Algumas rainhas, príncipes e um imperador chinês. Cleópatra e Maria Antonieta.

E o ator que faz o Ross, de Friends.

O ano começou com uma das piores quenturas da história. No Rio, os termômetros chegaram a 43,2 graus em janeiro. Eu deixei para chegar mais pro final, em um dia chuvoso, que se repete a cada ano (por algum motivo eu sempre gosto de contar essa parte da chuva. Não sei porque sempre foco nesse detalhe besta. Aliás, nunca sei porque usamos tanto as alterações climáticas para contar histórias e guardar lembranças).

Eu estreei na vida no mesmo ano de Chaves  na TV e Ayrton Senna na pista. Foi também um ano que mudou profundamente a cultura da Sessão Da Tarde,  com o lançamento de Indiana Jones e o Templo da Perdição, Footloose, Ghostbusters, Gremlins, Karate Kid, O Exterminador do Furuto e Splash – Uma Sereia em Minha Vida. Madonna fez a tal apresentação de Like a Virgin no primeiro Video Music Awards da MTV. E o álbum Thriller, de Michael Jackson, entrou para o livro Guinness dos Recordes como o mais vendido da história.

Nove mil, oitocentos e sessenta e sete dias depois, eu não virei rainha, nem atriz de um seriado famoso, muito menos piloto de corrida. Mas sei me equilibrar na ponta do pé, fazer risoto e cantar todas as músicas que tocam na rádio. E até os anos que me restam, quero escrever um livro, aprender a dançar salsa e fazer macarrons perfeitos.

Parece de brinquedo, mas não é: para o bolo de aniversário, fiz uma versão mini do meu bolo de chocolate favorito (a receita está aqui no blog!). A cobertura é de chantilly com um toque de limão siciliano e uma cereja no topo.


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Mixtape 03 – É cafona, mas é gostoso

A história de como o estrogonofe surgiu é cheia de contradições. Uma das explicações de sua origem é de que o prato leva o nome de uma rica família de comerciantes russos, os Stroganov, que tinham um cozinheiro francês responsável pela criação do prato. Outra é que essa era a comida de soldados russos, que levavam para a guerra carne em pedacinhos armazenada em vodca e sal grosso e comiam com creme azedo.

Seja como for, acontece que o estrogonofe se espalhou pela Europa e Estados Unidos e foi se modificando. Chegou no Brasil como um picadinho de carne metido a besta e, depois de seu auge como comida chique nos anos 70, virou cafona. Por isso, é difícil hoje achar algum restaurante que sirva um bom estrognofe. Acho que não querem arriscar ter o prato no cardápio.

Assim como você não quer arriscar que alguém descubra que você ouve Antena 1 quando está sozinho no carro. Foi com esse raciocínio que cheguei à mixtape de hoje! Eu queria achar aquelas músicas cafonas clássicas, que a gente curte e sabe a letra, mas tem vergonha de cantar em voz alta. É igual à relação com o estrogonofe: você não admite servir em um jantar, porém, se tem no self-service, dá aquela vontade te pegar – já que, convenhamos, é uma comida bem gostosa.

Convidei minha amiga Carol, especialista em Antena 1, para montar essa mixtape. E ela comprovou que existe um motivo pelo qual essas músicas sobrevivem até hoje. É a mesma razão de um estrogonofe bem feito ser uma delícia. Tem coisa que simplesmente não tem a ver com moda, e sim com a sensação boa que provoca.

Então liberte-se: ouça essa playlist no trabalho, cante alto e depois vá para a cozinha preparar estrogonofe!

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Estrogonofe para um
Essa receita é uma junção de várias e foi a que eu mais gostei do resultado. O sabor é diferente do que estamos acostumados em matéria de estrogonofe, mas a intenção foi aproximar um pouco de suas origens. Eu acho importante usar o conhaque, mas, se não tiver, use vodca ou vinho branco. Também acho que o creme de leite fresco dá a textura certa ao prato, mas, se não achar, use o de lata. Adaptei as medidas para uma pessoa, para que os que moram sozinhos não tenham desculpas para não fazer o prato.

Ingredientes

- 250 gramas de filé mignon
- ½ colher de chá de sal
- ½ colher de chá de pimenta do reino moída na hora
- 3 colheres de sopa de conhaque
- ½ colher de sopa de manteiga
- ½ colher de sopa de azeite
- ¼ de uma cebola média picada
- ½ colher de sopa de farinha de trigo
- 1 colher de chá de páprica picante
- ½ colher de sopa de mostarda dijon
- 125 gramas de creme de leite fresco

Como faz

1. Corte o filé mignon em tiras no sentido contrário das fibras da carne e coloque-o numa vasilha. Adicione o conhaque e deixe descansando fora da geladeira por cerca de uma hora.

2. Reserve o líquido da marinada. Tempere a carne com sal e pimenta  e leve para dourar: em uma frigideira grande, derreta a manteiga e o azeite e frite os pedaços aos poucos, para que não soltem muita água (aqui eu fiz em duas levas). Reserve. Nessa mesma panela, adicione a cebola até que comece a dourar. Se necessário, adicione um pouco mais de azeite. Volte a carne já frita para a panela e misture bem.

3. Chegou a hora de flambar.  Primeiro, certifique-se que não há cabelos, sobrancelhas ou panos de prato por perto. Junte à panela o conhaque em que a carne marinou. Com cuidado, mas sem demorar demais (senão o álcool evapora), incline a frigideira de forma que o caldo se acumule na lateral. Mova a panela para deixar que o fogo entre em contato com o líquido e afaste-se. O fogo irá durar apenas alguns segundos.

4. Diminua o fogo. Junte então a farinha de trigo, polvilhando-a displicentemente com as mãos. Mexa bem. Acrescente a páprica e a mostarda, sempre mexendo, e depois o creme de leite. Deixe levantar fervura, prove o sal, desligue e sirva.

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Bolo de cenoura e outros lanches de coleguinhas

Minha infância foi cercada de comidas deliciosas e posso dizer que algumas delas não saíram da minha casa. Eram merendas alheias ou  lanches feitos pelas mães dos colegas nos encontros para fazer trabalho em grupo (que na maioria das vezes envolviam decorar cartazes na cartolina rosa e montar maquetes no isopor).

Quando tinha uns 4 anos, lembro-me de encher os olhos e a boca ao ver o lanche da Laurinha, minha fiel companheira da pré-escola. Em vez de ser preparado por sua mãe, era trazido por uma merendeira contratada e tinha sempre coxinha quentinha, bolo de chocolate com cobertura de brigadeiro, maria-mole… Uma outra amiguinha dessa época, Verônica, eu acho, levava um tipo diferente de bolo todos os dias. De laranja, limão, fubá. E ela sempre me dava um pedaço, menos quando era bolo de coco gelado – esse ela comia sozinha sem nem olhar para o lado.

Na casa da Maíra, aos 5, me impressionei ao ver pipoca colorida na mesa. Rosa, azul, verde, roxa. Na minha cabeça não havia explicação lógica para aquela coisa pular colorida da panela. Parecia mágica. Mais tarde eu entendi que era corante – e confesso que perdeu um pouco a graça.

Nenhum lanche superava os feitos pela Marinês, mãe da Camila, amiga que conheci na primeira série e que foi da minha sala até a oitava. Foram muitos anos de trabalho em grupo e comilanças.  Além dos tradicionais pão de queijo e cachorro-quente, ela fazia uma torta fria de de pão de forma, maionese e frango em várias camadas. Parecia esquisita, mas era uma delícia. E o bolo de cenoura com a cobertura de chocolate que formava uma casquinha. Esse era campeão.

A merenda que minha mãe fazia para mim e os lanches que cozinhava para meus amigos também eram uma delícia, só que uma coisa é certa: comida filada é bem mais gostosa.

***

Bolo de cenoura com cobertura de chocolate
Com sabor de infância, esse bolo fica bem fofo e tem aquela cobertura clássica que vira uma casquinha depois de fria. Para comer assistindo “Curtindo a Vida Adoidado”.

A receita do bolo é da Lena Gasparetto. A calda foi por minha conta.

Ingredientes

Bolo

- 3 cenouras grandes picadas (cerca de 300 gramas)
- 1/2 xícara de chá de óleo
- 4 ovos
- 2 xícaras de chá de açúcar
- 1 colher de chá de baunilha
- 2 e 1/2 xícaras (chá) de farinha de trigo
- 1 colher de sopa de fermento em pó
- 1/2 colher de chá de sal

Cobertura:

- 3 colheres de sopa de chocolate em pó
- 2 colheres de sopa de açúcar
- 1 colher de sopa de manteiga
- 1 colher de sopa de leite

Como faz

1. Pré-aqueça o forno em 180°. Unte e enfarinhe uma forma retangular.

2. No liquidificador ou processador, bata a cenoura, os ovos, o óleo, o açúcar e a baunilha. Se você quiser pedacinhos de cenoura na massa, bata apenas até que tudo esteja homogênio. Se quiser o bolo mais liso, deixe batendo por uns 4 minutos.

3. Despeje a massa numa tigela e  acrescente aos poucos a farinha peneirada com o fermento e o sal, misturando bem com um batedor de arames.

4. Despeje na forma preparada e asse por cerca de 40 minutos, ou até enfiar um palito no centro e ele sair limpo.

5. Para a cobertura, leve todos os ingredientes ao fogo em uma panelinha até que se misturem e formem uma calda espessa.

6. Espere o bolo esfriar e desenforme. Espalhe a cobertura, deixe ela secar um pouco e corte em quadrados.

Dicas:
- Eu, apressadinha, não esperei nem o bolo nem a cobertura esfriarem para cortar. Não aconselho fazer isso. Os pedaços ficam mais bonitos e fáceis de cortar se você esperar como descrito no modo de preparo.
- Se você gosta do bolo com bastante casquinha, faça uma receita e meia ou dobre as quantidades da cobertura.

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Panqueca para o dia-preguiça

Um fiozinho de luz passa pelo buraco mal fechado da cortina, insistindo para entrar no espaço entre os cílios superiores e inferiores, bem na linha dos olhos cerrados. Dá para começar a ouvir, de longe, um pássaro, talvez uma buzina ou o caminhão de lixo. Assim como o bicho de mesmo nome, o dia-preguiça começa assim, chegando lentamente, com suas garras presas no ponteiro do relógio.

Uma hora o raio de luz consegue entrar, mas os olhos se abrem só um pouco; se fecham de novo; abrem só de um lado. A cama parece tão maior que nos outros dias, com tantos cantos diferentes e confortáveis. A única vontade é de ficar olhando para o vazio, analisando o quarto, os objetos, a aranha que mora no teto e a formiga andando no abajur. Não é preciso pensar no que vem depois; os dias dias-preguiça são alérgicos a planos.

Esses dias estão em extinção. E quando surgem, acabam morrendo sufocados pelas ocupações e preocupações que as pessoas cismam de inventar. Um grande erro, já que, na verdade, o dia-preguiça se alimenta do à toa, do tédio, do café da manhã tardio, do almoço em forma de tira-gosto, das cutucadas no dedão do pé, dos filmes repetindo na tevê…

Que mico-leão-dourado que nada, precisamos mesmo é salvar os dias-preguiça.

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Panquecas americanas
Um clássico do café-da-manhã de filmes da sessão da tarde, essa receita resulta em panquecas fofinhas e na conta certa para duas pessoas.

Ingredientes

- 1 xícara de farinha de trigo

- 1 colher de sopa de açúcar

- 1/4 de colher de chá de sal

- 1 colher de sopa de fermento em pó

-1 ovo

- 1 xícara de leite

- 2 colheres de sopa de manteiga derretida

Como faz

1. Em uma tigela miture todos os ingredientes secos.

2. Em outro recipiente, bata (com um garfo ou batedor de arames) o ovo e o leite.

3. Vá derramando o líquido aos ingredientes secos e misturando tudo até que a massa fique lisa. Adicione por último a manteiga derretida.

4. Deixe a massa descansar por 15 minutos. Enquanto isso, aqueça o forno a 150 graus.

5. Coloque uma frigideira pequena antiaderente no fogo baixo. Adicione um pedacinho de manteiga. Quando derreter, pegue uma concha de massa (mais ou menos 1/4 da massa) e derrame sobre a frigideira com cuidado, formando um pequeno círculo (você pode ajudar com a colher ou concha, ajeitando para que a massa fique com um formato redondinho).

6. Quando as beiradas começarem a dourar, use uma espátula para virar a panqueca e dourar do outro lado.

7. Quando as panquecas forem ficando prontas, vá colocando-as numa travessa e leve-as ao forno (nesse ponto você já pode desligar o forno, que já vai estar quente). Assim, quando você terminar com toda a massa, elas estaram quentinhas por igual.

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Meu irmão e seus bolinhos de chuva

Na estante enorme, de madeira escura, havia um canto com várias garrafas. Uma delas, de vidro verde e rótulo prateado, chamava e atenção – um licor de menta, sabe-se lá de quando, já pela metade. Afastando a franja do olho, ele subia na ponta do pé e, com a destreza que uma criança de 4 anos não deveria ter, virava a garrafa com cuidado até que o líquido molhava a ponta do dedo indicador. Depois de lamber com satisfação, voltava a garrafa para o lugar – ou quase para o lugar: além do braço curto não conseguir empurrar a bebida para o canto original, talvez fosse mesmo mais estratégico deixá-la ali, um pouco mais próxima da beirada. O que também me beneficiava, já que aprendi com ele a gostar desse sabor de bala de hotelã nos dedos.

Na padaria, enquanto esperava minha mãe pagar o pão, ele se agachava e estendia o braço por debaixo do balcão de vidro, onde ficavam dispostas as balas, como quem tivesse perdido algo. O danado aprendeu que quando as atendentes tiravam os doces a pedido dos clientes, alguns caíam e ficavam escondidos embaixo da último prateleita. Assim ele voltava para casa com babalus, dadinhos e balas chita de brinde.

Para ele, batata frita com sorvete de baunilha era uma combinação incrível. E creme dental Tandy sabor tutti-frutti era balinha líquida.

De  todas as lembranças  pitorescas envolvendo comida que tenho do meu irmão, fica uma nada estranha, mas muito tenra: os bolinhos de chuva. Feitos pela “vó Geralda”, que não era avó de sangue e sim de coração, eles eventualmente começaram a ser repetidos por minha mãe, nos sítios em que passávamos longos fins de semanas. Em algum momento do dia meu irmão sempre pedia esse bolinho.

Engraçado pensar que a adoração que sentia pelo bolinho de chuva não era compartilhada com a chuva em si: sempre teve muito medo de tempestades, principalmente as cheias de raios e trovões. Lá pelos seus 6 anos enfrentamos uma dessas em casa, sozinhos, e além de tudo a luz acabou. Me lembro de nós dois sentados no sofá, no escuro, no silêncio; ele tentando disfarçar seu medo e eu escondendo minha preocupação.

O tempo passou, o gosto do Tandy não parece mais tão genial e  existem bebidas bem melhores do que licor de menta. Mas acho que ele ainda gosta do tal bolinho… (e ainda tem medo de trovão, mas não fui eu quem contei).

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Bolinhos de chuva
Com casquinha crocante e interior macio, esses bolinhos ficam uma delícia com geleia ou doce de leite, mas também são ótimos do jeito simples. Duas coisas são essenciais para o sucesso deles: fritar quantidades pequenas de massa e no fogo bem baixo, para que não fiquem crus por dentro.

Ingredientes

- 1 ovo
- 3 colheres de açúcar
- 1 colher de sopa de manteiga derretida
- ½ xícara de chá de leite
- 1 pitada generosa de sal
- 1 xícara de farinha de trigo
- ½ colher de sopa de fermento químico em pó
- Óleo para fritar e açúcar refinado para polvilhar

Como faz

1. Numa tigela, use uma colher de pau ou um batedor de arame para bater o ovo e o açúcar até que virem uma mistura clarinha. Junte a manteiga derretida, o leite e o sal e misture mais um pouco.

2. Adicione a farinha de trigo aos poucos, mexendo até que ela se incorpore totalmente e a massa fique lisa, parecendo uma massa grossa de bolo. Por último, misture o fermento.

3. Deixe a massa descansar por cerca de 15 minutos. Na hora de fritar, coloque óleo até a metade de uma panela média e deixe que esquente no fogo baixo. Para saber o ponto do óleo, encoste a parte de madeira de um palito de fósforo (ou o cabo de um colher de pau) no fundo da panela. Se subirem bolhas em volta, é porque está bom.

4. Dê forma aos bolinhos usando duas colheres com uma quantidade pequena de massa, como no vídeo abaixo (está improvisado, mas acho que dá para entender. No caso, eu deixei a massa cair num pires para a visualização ficar melhor, mas é assim que os bolinhos devem ser colocados no óleo).

5. Depois de colocar três ou quatro porções de massa no óleo, vá virando-os com uma escumadeira para que fritem por igual. O óleo nunca pode estar muito quente, senão eles ficam crus por dentro. Devem fritar devagar mesmo. Por isso, eu prefiro desligar um pouco o fogo entre uma leva e outra para manter o óleo na temperatura certa.

6. Depois de bem dourados, escorra-os e coloque-os num prato com papel toalha. Polvilhe açúcar refinado por cima e sirva-os ainda quentes.

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Salada de batatas e outras coisas que não entendo

Tanta coisa no mundo que eu não entendo.

Como pode existir gente que prefere legumes à chocolate, e não por conta do valor nutricional, mas porque acha mais gostoso mesmo?

Por que até hoje os centros das cidades estão cheios de calçadas com aquela bendita pedra portuguesa, que se quebra facilmente e deixa buracos no caminho, fazendo as pessoas tropeçarem, saltos agarrarem e deficientes físicos sofrerem para andar no passeio?

Que tipo de instinto animal faz as baratas correrem sempre para a nossa direção e não para o mais longe possível da gente?

O que um prato precisa ter para ser chamado de salada? Uma mistureba de coisas? Tem que ter folhas? E a tal salada de batatas, que nos restaurantes vem com batatas cozidas, maionese, temperos e só? É salada mesmo? Tá certo isso?

Por que os elevadores não tem uma linguagem padronizada? Eu nunca sei se a saída vai ser no T, ou no P (que em alguns é “pátio” e em outros “pilotis”) ou no 1 mesmo.

Quem realmente acredita em xampu que realça as camadas do cabelo e sabonete que combate flacidez?

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Salada de batatas com gorgonzola
Eu nunca fui fã de salada de batatas, não só pela birra do nome, mas porque não gosto de maionese. Até o dia que provei essa: além de ter um molho muito saboroso (e sem maionese!), a combinação da maçã com o gorgonzola é perfeita.

Rendimento: 1 porção grande

Ingredientes

- 2 batatas grandes (eu usei batatas-bolinha, cerca de 6)
- 1 colher de sopa de azeite
- ½ maçã sem caroço
- Suco de ½ limão
- 1 fatia grossa de queijo gorgonzola
- Sal e pimenta do reino à gosto

Molho
- 1 colher de sopa de requeijão (usei o light)
- 2 colheres de sopa de iogurte natural (usei o desnatado)
- 1 colher de chá de mostarda (usei mostarda escura, mas pode ser a comum)

Para finalizar (opcional)
- Raspas de limão e laranja
- Folhinhas de alecrim

Como faz

1. Lave bem as batatas. Cozinhe-as em uma panela com água até que fiquem “al dente”: teste espetando um garfo em uma delas e sentindo como está a textura. Elas precisam estar cozidas, porém firmes. Escorra as batatas, descasque-as e parta em pedaços uniformes.

2. Numa vasilha pequena, misture os ingredientes para o molho.

3. Pique a maça em cubinhos e junte a ela o suco do limão (além do sabor, a função do limão é não deixar que os pedaços da maçã escureçam).

4. Regue as batatas com o azeite. Junte a maçã, o gorgonzola picado (ou esfarelado) e por último o molho. Misture delicadamente, prove para acertar o sal e adicione a pimenta-do-reino. Se quiser, finalize com as raspas e o alecrim.

5. Sirva na temperatura ambiente ou deixe na geladeira algumas horas se quiser um prato mais refrescante.

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